distante
e ele sempre existiu
Há muito não o via
Densas nuvens cinzentas
cobriam-no, como proteção
de algo ainda pior
que poderia vir de mim
Aos poucos a calmaria
dos meus demônios
convenceram a densidade cinzenta
de que a hora chegou
Como uma tempestade
que durou anos
Assim também ela
se vai, morosa
Em nítidas folhas caindo
vejo em quantas delas eu pisei
Por toda a extensão da ignorância
vejo toda a destruição
A cada passo a lugar algum
o som seco do chão pronunciava-se
como se fossem costelas
quebrando-se de tão frágeis
Minhas árvores sussurravam
agonizantes, por socorro
Há muito não chovia por aqui
água não lacrimosa
Onde a escuridão dá lugar
Onde o sofrimento pairava
em conjunto com a angústia
e a mentira
Há um vazio inócuo
silencioso
e temeroso
e iluminado: eu
--
Nenhum comentário:
Postar um comentário