sexta-feira, 27 de abril de 2007

Nostalgia subjetiva quase ignorada

Hoje parei pra pensar sobre diversas coisas do cotidiano. O dia a dia agitado nos faz potencializar excessivamente as nossas atenções para o cumprimento de metas e objetivos, que muitas vezes deixamos de lado o lado simples da vida. Toda essa pressão, gera diversos tipos de cansaços e desânimos que somados, consequentemente, geram insatisfação com a nossa vida. "Quando é que Deus vai olhar pra cá?"; "Será que minha vida vai ser só isso?", perguntam os que se sentem de tal maneira.

Numa dessas minhas paradas para descansar (ou dar uma enganada no organismo), estava olhando para o céu, que estava num tom amarelado, com leves nuvens cor de caramelo e outras, mais longínquas em variações de cor-de-rosa. Simplesmente sem explicação, me veio à mente os momentos da minha infância. Ainda que eu não tenha tido essa fase da vida da melhor maneira (mas graças aos meus pais, da maneira melhor), me veio uma lembrança que há muito não me vinha. Os momentos que corríamos pra lá e pra cá... apenas dando gargalhadas! Num instante rápido fechei os olhos e tentei imaginar melhor toda tal cena nostálgica. Impressionante. Tudo parecia estar realmente ali. Podia até sentir o pulsar acelerado do meu coração de tanto correr e rir ao mesmo tempo. E aos poucos já não estava mais sentido a dor nas costas e a "martelar" da minha cabeça.

Quando dei por mim, num susto bem disfarçado, alertei-me: "tenho que voltar". E a vida voltou a me chamar, como nunca parece parar.

A nostalgia é muito interessante. A meu ver se manifesta tal qual as idéias: nos momentos mais estranhos possível. E ainda surgem com coisas mínimas que, quando estávamos realmente vivendo determinada situação, não dávamos qualquer atenção. Os cheiros me relembram passados tão vividamente, que isso chega a me tirar de qualquer raciocínio. Mas, não há outro modo de sentimentalismo nostálgico do que a música. Por mais despercebidas que elas passem, mais tarde você vai voltar a escutá-las e virão lembranças à sua mente praticamente "vivíveis".

As músicas, os cheiros e qualquer outra forma de sensação têm potenciais nostálgicos, que por si já desencadeiam uma série de sentimentos: dor, felicidade, alegria, emoção, arrependimentos de uma maneira tão intensa, tal qual um deja-vu.

Mas tudo isso parece ter apenas um objetivo: compreender, da forma mais doce e amarga ao mesmo tempo, a famosa frase "eu era feliz e não sabia".

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